Entrego-me a ti nas tuas palavras
Nas tuas notas musicais
Tocas-me uma toada
Com as teclas da vida
Com esses tons setentrionais.
Mil sons coleciono
Nas capas de um livro obtuso.
Livro da minha vida
Que leio, folhei-o
E sem sentido o uso.
Quero alegria nessas páginas,
Volto a folheá-las
E mais uma vez
Imaginas que és fogo e musica
Nessas tuas palavras...
bUbULET@
Sou pequena pequenina
Tamanho de uma ervinha,
Assim como eram antes.
Caminho com o vento
Que me dá alento.
Respiro profundo
Um ar vindo do fundo
Desta erva ervinha
Que assim caminha!
Sou nada sou tudo
Sou algo sem fundo.
Acho-me e perco-me
Mas no fim sou um mundo.
bUbULET@
Ao longe uma nuvem que passa!
Ao perto um sol que aquece!
Ao que se comente:
Que esta linda vida se merece!
Espera-se e nada acontece!
O sol aquece!
A nuvem passa!
O vento espairece!
E a água escassa.
As flores animam esta meia tarde.
Animais passeiam além à parte.
Ao que se comente:
Que bom esta sorte!
Ouvi ao longe uns passos apressados…
Trazendo uma notícia um rapaz…
De olhos esbugalhados!
Dizia a bom dizer:
Que a vida não era assim tão apraz
Do outro lado do mundo ser.
Desacreditado
Levou um tabefe.
Andou de lado,
O diabrete!
A notícia chegou…
Em forma de papel.
E aí se olhou
Que não era granel.
Era verdade o que dizia o rapaz
Que a vida do outro lado não era assim tão apraz!
bUbULET@
Olhei-me no espelho e vi a luz do teu rosto.
Olhei para a lua e vi a tua sombra.
Olhei à minha volta e só te ouvi!
Ouvia ao longe aquilo que queria ser.
O tanger das notas,
Do som da vida que brotava a bem querer
Eras eu?
Eras tu?
Éramos sem sermos,
Sombras de luz que insipidamente voavam sem destino.
Olhei-me no espelho e não vi!
Era recordação.
Era o que foi.
Foi o que vi!
“Guitarra que tocas baixinho!”
Guitarra que gemes baixinho,
Melodias de encantar!
Acordes de sonho,
Musicas que pairam no ar!
Procuro pelo teu cantar,
Enquanto a vida me dava uma música sem tom…
Achei-te a alma repartida entre melodia e som.
Sinto o dó na minha pele.
Apontas-me uma corda afinada,
Pedes uma melodia errada.
Esta, eu não a sei cantar.
E por isso faço-me recuar!
Piano que me arrepias,
Tiras notas de fantasias
E sem que te peça
Dás-te à música do meu ser.
Não faças barulho!
Deixa-me ouvir aquilo que poderei ter!
bUbULET@
